Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre

Postado por: Tatiana Dornelles

Por muitos anos, um famoso poeta e jornalista gaúcho viveu no Hotel Majestic, localizado na rua da Praia, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O lugar hoje leva seu nome, em homenagem ao tempo em que passou pelo local: Casa de Cultura Mario Quintana.
Ligada à Secretaria de Estado da Cultura do governo do Rio Grande do Sul, a casa tem espaços voltados ao cinema, música, dança, teatro, artes visuais e literatura, paixão do poeta. Além disso, recebe constantemente apresentações culturais.

O mais interessante no lugar é que parte da história de Mario Quintana – que admiro desde a infância, por ouvir sobre ele sempre que passava as férias em Porto Alegre -, é mantida. Logo na entrada, há o convite para conhecer o segundo andar da casa do poeta.

O quarto onde viveu de 1968 a 1980, no antigo Hotel Majestic, foi praticamente reconstituído, como forma de manter viva a sua passagem por lá. Chama-se Quarto do Poeta e fica no segundo andar. E eu fui dar aquela espiadinha…

É claro que só é possível ver o quarto através de um grande vidro, para que tudo seja mantido no lugar. A sensação que a gente tem é de volta ao passado, com objetos antigos e espalhados pelo local.

A cama desarrumada, refrigerante aberto, óculos em cima da escrivaninha, copo com bebida pela metade, quindim, livros, maço de cigarro aberto e jornais espalhados, entre outros objetos pessoais, dão a sensação de que Mario Quintana aparecerá a qualquer momento… Inclusive, são tantos objetos que a gente fica meio que perplexo, olhando cada coisinha e observando cada detalhe do quarto.

O Quarto do Poeta faz a gente “viajar” no tempo e vale a pena a visita. O prédio tem sete pavimentos na ala leste e cinco na ala oeste. O estilo da construção mistura formas e mostra a grandiosidade do que antes era o Hotel Majestic, que teve como hóspedes presidentes da república, como Getúlio Dornelles Vargas (sim, é da mesma árvore genealógica que eu – contava meu avô), e até vedetes. Na época em que iniciou a construção, em 1916, o projeto foi considerado audacioso para a cidade, devido às passarelas suspensas sobre a via pública. E, em 2014, quando fomos para o Cirque du Soleil, o prédio estava sendo restaurado, já que é parte do patrimônio arquitetônico do estado.

Mas a Casa de Cultura abriga também outras áreas, tão interessantes quanto o quarto. O Jardim Lutzenberger é um deles. Além de ser um local aberto à visitação, o jardim também recebe apresentações artísticas. O mais interessante do espaço é que as banheiras e vasos do então Hotel Majestic foram reaproveitados para dar vida e beleza ao terraço. O lugar é tão calmo, em meio ao centro enérgico de Porto Alegre, que dá vontade de ficar ali a tarde inteira.


Além disso, do terraço, é possível avistar a Igreja Nossa Senhora das Dores. E é óbvio que tinha que rolar uma foto Jacu… hehehe O Jardim de Lutzenberger fica aberto aos sábados, domingos e feriados das 12h às 18h30; segundas-feiras, das 14h às 18h30; e de terças a sextas, das 9h às 18h30.

Já a Casa de Cultura Mario Quintana está aberta nos seguintes dias e horários: segundas-feiras, das 14h às 21h; de terças a sextas-feiras, das 9h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 21h.

Quer ver um videozinho sobre o Quarto do Poeta? Então confira no nosso canal do YouTube… É simples, rápido, mas dá para ter noção de como é o lugar…

Quem foi Mario Quintana?
Mario Quintana nasceu em Alegrete, dia 30 de julho de 1906 e, com 20 anos, foi morar em Porto Alegre. Morou no Hotel Majestic de 1968 a 1980.
Publicou mais de 20 livros, sem contar as antologias. O primeiro, aos 34 anos, “A Rua dos Cataventos”. O último, em 1990 “Velório sem Defunto”. Com Sapato Florido, Pé de Pilão, Caderno H, Esconderijos do tempo, Lili inventa o mundo, consagrou-se como poeta do cotidiano e lirismo, e um dos ícones da literatura brasileira.

Poeta, jornalista e tradutor, trabalhou nos jornais O Estado do Rio Grande e no Correio do Povo (com sua coluna Caderno H). Como tradutor, notabilizou-se com sua impecável tradução de Proust. Traduziu a literatura européia, como Giovani Papini, Virginia Woolf, Voltaire, entre outros.
Morreu em 5 de maio de 1994, aos 87 anos, imortalizado pela Casa de Cultura que leva seu nome e, principalmente, pelo Quarto do Poeta, uma reconstituição fiel com móveis e objetos pessoais do escritor.

Fotos: Destino Mundo Afora


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2 comentários

  1. Paula B. disse:

    Hum, deu saudade. Faz tempo que não visito a Casa do Poeta. Abraços!

  2. Pois é Paula, amo Porto Alegre… Lembra muito quando passava as férias na casa dos meus avós. Passeava muito por lá. Agora, mesmo morando em Santa Catarina, só consigo ir às vezes. Então, sempre que vou, tento aproveitar e relembrar aqueles tempos… Abraços!

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