Arène de Nimes, o Coliseu de Nimes
Postado por: Amanda MengerO anfiteatro romano mais bem preservado não é o Coliseu e sim a Arène de Nimes, localizada na cidade de Nimes, no sul da França. Esta região tem forte presença romana ainda nos dias de hoje.
Quem já viu as aventuras de Obelix e Asterix, os temidos gauleses contra o romano Júlio César conhece esta região da França, a Gália. Na realidade, um pouco antes de César conquistar esta área para Roma, já havia bastante influência da Cidade Eterna por lá.
No período do imperador Otávio Augusto a cidade cresceu e ganhou vários monumentos como a Maison Carrè e a Torre Magna. O anfiteatro foi inaugurado no fim do século I d.C, mais ou menos no mesmo período do Coliseu, em Roma.
O local serviu, entre os séculos II e III como arena para as lutas de gladiadores e para as corridas de bigas. Inicialmente, a arena comportava 24 mil expectadores. Atualmente, com as adaptações feitas, atende 16 mil. O espaço de apresentação tem 133 metros de comprimento e 101 de largura, em um formato oval. De qualquer ponto das arquibancadas se tem uma vista panorâmica da arena.
As pesquisas feitas na Arène de Nimes mostram que as lutas de gladiadores ocorridas lá eram profissionais. Homens livres se candidatavam a ser gladiadores. Procuravam uma tropa, e eram aceitos após treinamento. Muitos gladiadores ficaram famosos e ganharam apelidos como Rápido como um Raio, Forte como um Urso, entre outros.
As lutas de gladiadores teriam começado a partir de um costume estrusco, povo que habitou a região de Roma e estariam entre os fundadores da cidade e entre os reis do período monárquico. Os etruscos faziam lutas para lembrar os mortos e estas lutas costumavam terminar em morte. Não se sabe ao certo como foi a evolução destes espetáculos, o fato é que no final da república, no século I a.C já eram bem famosas e disputadas em anfiteatros ainda de madeira.
Os gladiadores em Roma podiam ser escravos de dívidas ou prisioneiros de guerra, cristãos que tinham sido perseguidos ou ainda condenados à morte. Já em Nimes, era um pouco diferente, não se constatou a presença de cristãos, mas não se pode descartar de todo, mas de forma geral, os gladiadores que se apresentaram por lá eram profissionais e estavam em busca de fama e dinheiro. Nimes tinha a sua própria escola de gladiadores. A palavra gladiador vem de gládio, uma espécie de espada pequena. Cada gladiador tinha um nome que vinha por conta das armas utilizadas por eles.
É possível andar por dentro da arena e ver os corredores como os “vomitódromos” que serviam para que os patrícios, a elite romana, não se misturasse com a plebe e pudesse chegar aos seus locais de destaque. Na Arena também tem um pequeno museu com roupas e objetos utilizados na Antiguidade Romana e nas touradas.
Durante a Idade Média, a arena foi utilizada como habitação e foi murada para evitar as invasões de povos como os visigodos. No século 19, a arena foi remodelada e passou a abrigar espetáculos de touradas. Quando fomos lá em abril de 2015, tinha terminado um dos dois festivais anuais. Também são realizados lá shows musicais e encenações de teatro e um festival que relembra os tempos romanos. Este espetáculo ocorre normalmente no final de abril, início de maio.
Serviço
►Site: http://www.arenes-nimes.com/
►Ingressos: 10 euros com áudio-guia. É possível comprar um tour combinado, que inclui o ingresso para a Arena,para a Maison Carrè e para a Torre Magna no valor de 12 euros.
►Horários: a Arena abre diariamente (exceto em dias de feiras e shows). De novembro a fevereiro, das 9h30 às 17h; em março e outubro, das 9h às 18h; em abril, maio e setembro, das 9h às 18h30; em junho, das 9h às 17h e em julho e agosto, das 9h às 20h.
Fotos: Destino Mundo Afora