Por que o comportamento do turista brasileiro é diferente lá fora?
Postado por: Tatiana Dornelles
Uma das coisas que chama a atenção em Miami – ou nos Estados Unidos em geral – é que regras e leis existem para serem cumpridas. E são. Não que eles sejam perfeitos (todos têm defeitos), mas as pessoas por lá respeitam ou são punidas… Simples assim!
Durante as vezes que eu e Max fomos para lá, observamos algumas atitudes interessantes, principalmente de turistas brasileiros (que lá cumprem as regras ou têm determinados comportamentos e, aqui, muitas vezes tentam burlar ou agem de outra forma…). Então, pensando em tudo o que vivenciei e observei, resolvei escrever este post.
Eu e Max adoramos cerveja. Isso todo mundo que nos conhece sabe – tanto que criei uma fanpage Só Cervejas e um Instagram (clica lá e olha!) para compartilhar novos sabores. Em Miami, em um dia quente pra caramba, resolvemos parar em uma loja de bebidas para comprar uma “gelada”. É muito comum, por lá, as lojas especializadas em bebidas. Tem tudo. Vinhos, espumantes, refrigerantes, cervejas, etc. Inclusive, pelo que observamos, não é em qualquer lugar que vende bebidas alcoólicas. Geralmente, a gente encontra em supermercados e estas lojas específicas. Além disso, em solo americano é proibido beber bebidas alcoólicas na rua, nas praias e parques.
Então, entramos na loja para escolher a cerveja. Max pegou duas – uma para cada – e ficamos conversando com um brasileiro que mora há anos lá. De repente, um senhor americano (acho que era cliente vip do local ou funcionário, não sei), percebendo que éramos turistas e que íamos sair bebendo a cerveja, pegou as duas garrafas, trocou por outras mais geladas, abriu e colocou naqueles sacos de papel que a gente vê só em filmes para que pudéssemos andar pelas ruas bebendo. Foi uma experiência diferente, confesso. Afinal, todo mundo sabe que você está com bebida alcoólica na mão, no entanto, de uma forma “camuflada”, já que não pode aparecer o rótulo. O interessante é que realmente é necessário seguir as leis – ou acabará sofrendo as penalidades previstas.
Isso sem contar que em Key West, depois de entrar no The Bull, vieram pedir minha identidade, para conferir se eu era maior ou não. Nos Estados Unidos, a maioridade para compra de bebidas e entrada em bares que comercializam bebidas alcoólicas é 21 anos. Por aqui, muitas vezes, adolescentes entram em boates e compram bebidas, mesmo sendo proibido e não há quem cobre ou fiscalize. Isso é triste!
A outra experiência que tivemos foi na praia. Estávamos em Miami Beach, curtindo, na boa, e de repente pertinho de nós tinha um turista com bebida alcoólica na praia. Dois policial, naqueles quadriciclos de filmes, apareceram e chamaram a atenção do cara. Ele não queria, mas teve que abrir o cooler. Os policiais recolheram as bebidas e, pasmem!, jogaram no lixo. E ponto final.
Por lá, ainda, se o cachorro fizer pipi na rua e o dono não recolher, pode levar multa. Há postes com saquinhos disponíveis para que o dono do animal recolha o cocô, inclusive, com aviso de quanto é o valor que terá que ser pago, caso não o faça.
Depois, outro exemplo, foi de um casal de brasileiros que encontramos em Nova York, no barco que leva até a Estátua da Liberdade. Não lembro o nome deles, mas a esposa contou que o marido é fumante e no Brasil tem o costume de jogar as bitucas de cigarro no chão. Lá, ele não fazia isso, por receio e vergonha. Sabe, se não faz isso lá, por que fazer aqui? Pensamento de brasileiro (e tem muitos por aí) que não vai pra frente nunca. #vergonha
Claro que outros países têm suas regras e leis que são seguidas à risca. E, geralmente, turista brasileiro sempre segue tudo direitinho quando está no exterior. Mas acho, sinceramente, que quem cumpre regras em um local deve fazer em outros também. Por que geralmente brasileiro tem esse conceito de que “aqui no Brasil não preciso seguir as regras”, “aqui eu posso burlar o sistema”? Fico indignada com certos pseudocomportamentos e até envergonhada com a tal mania de sempre tentarem dar aquele “jeitinho brasileiro”… Afinal, por que o comportamento do turista brasileiro é diferente lá fora?
