Catástrofe em Tubarão: um dia para nunca mais esquecer

Postado por: Tatiana Dornelles

O que era para ser um domingo normal terminou em caos em Tubarão e nas cidades vizinhas. Uma forte tempestade, iniciada às 17h do dia 16 de outubro de 2016, avassalou a cidade onde moro. Árvores foram arrancadas pela raiz, postes quebrados, placas metálicas e toldos caíram, casas foram destelhadas, empresas/postos de gasolina/galpões foram ao chão.


Eu estava no trabalho, no jornal Diário do Sul, quando o tempo fechou. Estava no sexto andar e lá de cima aquela nuvem negra assustou. Fiz fotos e, quando fui postar nas redes sociais, a energia acabou. O plantão ficou sem telefonia fixa e móvel. Os aparelhos das operadoras TIM, Claro e Oi não funcionavam. Apenas a Vivo sobreviveu – mas ninguém no jornal era dessa operadora.

Tempestade chegando. Vista da janela do Diário do Sul

Vi tudo do alto. Telhas da Escola Técnica de Comércio de Tubarão voando, cortinas de janelas de prédios vizinhos balançando loucamente, lixos pelos ares, a rua do jornal alagada pela chuva forte. No jornal, não tínhamos previsão de nada, nem como falar com ninguém. Ainda não imaginava tamanha destruição.

Momento em que começou a ventania

Momento em que começou a ventania

Rua Padre Bernardo Freuser alagada

Rua Padre Bernardo Freuser alagada

A tempestade durou cerca de meia hora, mas os estragos foram incontáveis. Permanecemos no DS ainda um tempo e, por volta das 18h, conseguimos ligar para a Celesc para ver se havia previsão de retorno de energia. Naquele momento, era de 1h30. Logo, saímos todos para ver como estavam familiares, casas, etc, até a luz voltar. E não voltou.
Eu e Max deixamos os colegas em casa e fomos dar uma volta pela cidade. Foi quando vi o caos. A adrenalina foi a mil, a incredulidade era gigantesca, tudo (ou quase tudo) estava destruído.

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Um posto de gasolina perto da minha casa simplesmente caiu. Uma árvore caiu em cima de uma floricultura e a estrutura de vidro do estabelecimento foi destruída. Infelizmente, uma criança de oito anos morreu: uma árvore caiu em cima do carro em que ela estava com a família.

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Pontes ficaram obstruídas, devido a quedas de árvores ou pela destruição mesmo, e de longe era possível ouvir as ambulâncias pela cidade – Bombeiros, Samu, Polícia Militar. Um horror. E, em meio a tudo isso, a chuva que não cessava. Pelo contrário, ficava cada vez mais forte.

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Ponte do Centro obstruída por queda de árvores

Sem energia elétrica e telefone, as pessoas resolveram sair de casa. O trânsito, que em dias normais já é ruim, ficou ainda pior: sem semáforos, sem policiais ou guardas nas ruas, os motoristas desesperados querendo chegar em algum lugar ou simplesmente “bisbilhotar” o que tinha acontecido. E isso gerou filas nas principais ruas e avenidas da cidade.
Tentei chegar na casa da minha mãe, em Capivari de Baixo, e a destruição estava por toda a parte. Tivemos que mudar o trajeto (estava com fila gigantesca) e ir pela BR-101. Quando cheguei na casa dos meus pais, depois de tanto tentar ligar e sem saber o que tinha acontecido por lá – e de tudo o que vi nas ruas -, chorei. Desabafei!

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Às 22h30, a energia do jornal não tinha voltado. Pela primeira vez na história, não teve edição. A cidade inteira ficou sem luz. Na minha casa, voltou um dia depois, por volta das 7h30. Em outros bairros, às 21h30 de segunda, ainda não havia sido restabelecida a energia. A previsão, em alguns lugares, é que retorne apenas nesta terça-feira.

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A prefeitura de Tubarão decretou situação de emergência. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, sobrevoou a cidade para ver a situação e pediu agilidade para poder liberar recursos. A segunda-feira foi dia para limpeza e contabilizar os prejuízos. Mas, com certeza, o maior dano foi nos corações do povo tubaronense, que mais uma vez passa por uma catástrofe da natureza – em 1974, uma enchente destruiu a cidade.

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O resultado? Não, não estamos nem um pouco preparados para uma catástrofe. O dia 16 de outubro de 2016 foi um dia para nunca mais esquecer. Um dia em que um simples domingo virou um completo caos.

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Saiba mais

  • Além de Tubarão, as cidades de Braço do Norte, Capivari de Baixo, Gravatal, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Pedras Grandes, Pescaria Brava, Garopaba e Orleans foram atingidas pelo vendaval.
  • As fotos não mostram nem um terço do que realmente aconteceu. Andando pela cidade é possível ter a dimensão dos estragos.
  • Cerca de 700 famílias foram pegar lonas, que estavam sendo distribuídas pela Defesa Civil municipal.

Fotos: Destino Mundo Afora

Aviao
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2 comentários

  1. Rogério Dornelles disse:

    Triste, muito triste! Chega a dar um nó na garganta.

  2. Rogério Dornelles disse:

    Muito, muito triste!

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