De quando fui acometida por sintomas (leves) de covid-19

Postado por: Tatiana Dornelles

Por mais que a gente tome todos os cuidados necessários contra a covid-19, com uso de álcool gel, máscara e distanciamento, nunca se sabe quando e como se pode pegar. Este mês, fui acometida por sintomas – leves, graças a Deus! – dessa doença que já matou inúmeras pessoas ao redor do mundo.
Comecei com tosse fraca e achei que fosse alérgica, pois tenho às vezes. Fiquei com esse sintoma numa quinta e sexta-feira e, no sábado, senti muita dor nas extremidades do corpo – pés e braços. Mas achei que fosse da academia, porque o treino de quinta tinha sido pesado. No sábado, cheguei em casa e medi a febre. Minha temperatura estava em 37,3ºC, o que não é considerado febre (se não me engano, é estado febril). Aí comecei a observar o que meu corpo dizia.
No domingo, veio a moleza e o que parecia um início de sinusite. Somente numa terça-feira é que tive certeza de que poderia ser covid: perdi totalmente o olfato. Notei porque o cheiro de café é algo que me acorda a milhares de quilômetros de distância kkk e, nesse dia, não senti nada, nada, nada.
Comecei, então, numa intensa caça a cheiros. Cheirei café em pó, vinagre, sabão em pó, detergente, sabonete líquido, amaciante, roupa saída da máquina de lavar, enfim, tudo o que vi pela frente. E, nada! Não sentia cheiro de nada. Aliás, também sentia uma dor de cabeça intermitente, chata, que não ia embora.
Nesse dia, resolvi ir na Políclinica da minha cidade, onde funciona a triagem da covid-19. Peguei a senha e esperei pelo atendimento. Havia muita gente no local. Também pudera, o número de casos cresceu alarmantemente. Cheguei por volta das 14h e saí de lá às 16h.


Quando chamaram minha senha, passei pela enfermagem, que coletou meus dados pessoais e perguntou quais sintomas eu tinha. Entregou uma outra senha, para atendimento no acolhimento. Nesta sala, duas pessoas me atenderam, um deles era médico. Ele perguntou o que estava sentindo, quando começaram os sintomas e me deu a guia para realizar o exame PCR, que seria dois dias depois, na quinta. Entregou a senha e disse que eu passaria pelo consultório. Na última sala, estava uma médica, que perguntou quais eram os sintomas, há quanto tempo e receitou o remédio para tomar, paracetamol, de oito em oito horas, devido à dor de cabeça.
Os sintomas foram variando ao longo dos dias, na quarta-feira à noite e quinta o dia todo, a sensação era de estar zonza, tonta, e ainda com as dores de cabeça, desta vez mais espaçadas, mas ainda assim contínuas. No fim da tarde de quinta, fui fazer o PCR, que é o exame com cotonete, que colocam lá no fundo do nariz (eita, sensação terrível). Mas o resultado fica pronto apenas entre cinco e sete dias, ou no máximo dez, por conta do grande número de pessoas com suspeita.
Por três dias, eu me senti superfraca, só fiquei na cama, praticamente, e só levantei em horários específicos, que precisava levantar mesmo. O importante é repousar. E assim o fiz.
O ruim é que a gente começa o isolamento sem saber se está ou não com a doença, uma vez que o exame só fica pronto cerca de dez dias depois. Também não tive coragem de pagar R$ 290 para fazer o exame particular… Acho que deveria ser mais barato e, assim, mais gente poderia fazer e, consequentemente, os laboratórios ganhariam ainda mais.
Ah, a contagem do isolamento começa a partir do dia que sentimos os primeiros sintomas. Como meu caso foi numa quinta e só fui no médico na terça da semana seguinte, fiquei sete dias isolada, sem sair de casa e sem contato com pessoas de fora, como forma de prevenção.
Confesso que o medo de os sintomas piorarem veio a todo momento. Medo de ficar sem conseguir respirar, de ter que ser internada, entubada, sei lá. O pior é que essa doença não nos permite saber como cada organismo irá reagir, se de forma mais leve ou grave, ou se vai piorar no decorrer dos dias. O medo fica andando junto com os sintomas… Pedi muito para Deus me ajudar, para me iluminar e proteger meus filhos e marido, que continuaram comigo em casa.
Olha, meus sintomas foram leves, mas ainda assim a sensação é muito ruim. É como se tivesse alguém dentro de mim querendo me derrubar e eu lutando para isso não acontecer. Era quase assim. Então, não espero isso (nem fraco, nem forte) para ninguém. Que essa doença cesse o mais rápido possível e possamos ter uma vida um pouco mais normal, apesar de diferente!

  • ATUALIZAÇÃO: O resultado do meu exame PCR ficou pronto dez dias depois da data que fiz e deu positivo. Ligaram-me para avisar que estava pronto, perguntaram como eu estava, se ainda tinha sintomas, se alguém aqui em casa teve sintomas e etc. Ainda estou sem sentir cheiro (21 dias).

Fotos: Destino Mundo Afora

Aviao
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