Até quando o professor vai se sentir inseguro em sala de aula?

A educação é um dos pilares para formar bons cidadãos e profissionais para o futuro. Mas, dentro de uma sala de aula nem tudo são flores. O professor enfrenta desafios diários, árduos na maioria das vezes, que as pessoas que estão fora do ambiente escolar nem imaginam. E esses desafios ultrapassam a linha do processo de ensino-aprendizagem.

Estudantes que não seguem as regras estabelecidas pela sociedade e que desafiam, desrespeitam e até ofendem o professor em sala de aula fazem parte do dia a dia de grande parte escolas. E isso causa medo, insegurança constante.

O medo aumenta ainda mais quando vemos, na TV, casos de ataques em unidades escolares, como o ocorrido nesta segunda-feira (27 de março), onde um estudante de 13 anos atacou professores e alunos numa escola estadual de São Paulo. Uma professora morreu e quatro pessoas, incluindo alunos, ficaram feridas.

Ou o caso ocorrido em Imaruí (SC), em que o estudante de 15 anos esfaqueou o professor ao saber que iria ser reprovado. Em 2021, a chacina em Saudades (SC), onde um jovem de 18 anos invadiu a creche e com um facão matou cinco pessoas: três crianças de menos de dois anos, uma professora e uma agente educacional.

Nesse mesmo ano, em 2021, após o ataque em Saudades, o então governador de SC Carlos Moisés prometeu que todas as unidades escolares da rede estadual seriam guarnecidas com vigilância humana e/ou eletrônica. Dois anos se passaram, e nada.

Ainda há escolas sem vigias, sem câmeras de monitoramento, com muros baixos e sem a mínima segurança. Isso em todo o Estado e, também, em Tubarão, Capivari de Baixo e outras cidades da região. Os professores e alunos correm, diariamente, riscos de um ataque como os citados acima e tantos outros que já ocorreram, tanto no Brasil como em outros países.

Enquanto os governantes pedem uma pilha de burocracia para o docente (porque o que eles querem são números para mostrar que tudo está bem na educação), não conseguem oferecer o mínimo de segurança aos profissionais dentro de algumas unidades escolares.

Até quando vamos enfrentar o medo, a insegurança, a falta de respeito, as ofensas e os ataques à moral e físicos, causando até mesmo mortes? Quando vamos ter escolas com mais segurança em sua infraestrutura e com vigilância? Até quando vamos ter que assistir, consternados e de mãos atadas, aos ataques a professores e estudantes que estavam na escola apenas para ensinar e aprender? Até quando?

Fotos: Tatiana Dornelles

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• Tatiana Dornelles é jornalista, professora de Arte e fotógrafa. Especialista em História da Arte, em Jornalismo para Editores e mestranda em Artes Visuais. Criou e mantém o blog Destino Mundo Afora desde 2011, bem como o canal no Youtube.

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