Quando fui diagnosticada com síndrome de burnout

Postado por: Tatiana Dornelles

Estive sumida, e não foi por acaso. Quem me conhece sabe que sempre fui mil e uma utilidades: professora, jornalista, fotógrafa, escritora, blogueira de viagem, poetisa, youtuber, palestrante, aluna, esposa, mãe… Mas precisei parar. O corpo parou. A mente gritou.

Há meses venho enfrentando a síndrome de burnout, algo que consome por dentro de uma forma que não se explica facilmente. É exaustão física, mental e emocional. É insônia até 4h da manhã. É esquecer coisas simples, sentir o coração disparar, perder o prazer em se arrumar, escrever, fotografar ou fazer o que antes me fazia feliz.

Desde final de junho, quando me afastei da escola e do jornal fiquei praticamente em casa. O burnout causa isso: é vontade de sumir, um sentimento de incapacidade e inutilidade, ao mesmo tempo em que a mente não para e sempre parece faltar algo. É se isolar porque até estar perto das pessoas pesa.

No início, a culpa me dominava — por estar afastada, por não “dar conta”, por não ser a “super” em tudo. Sempre fiz tudo ao mesmo tempo, achando que estava dando conta e, na verdade, estava me desgastando cada vez mais. E aí veio a dura constatação: ninguém consegue ser super o tempo todo. Nem eu.

A vida me obrigou a frear. E esse silêncio foi (e ainda é) parte da minha cura.

Voltar a fazer algumas atividades é também um passo nesse processo. E o caminho é longo ainda. A cada semana há momentos bons e outros nem tanto. Vivo em picos, altos e baixos e essa montanha-russa sentimental me cansa, desestabiliza.

Quero compartilhar essa jornada não para falar de dor, mas para mostrar que é humano parar, pedir ajuda e se reencontrar. Eu demorei a aprender isso. Que preciso parar, ter descanso, não querer fazer mil coisas ao mesmo tempo. Aprendi na dor, de repente, apesar do corpo e a mente já terem dado sinais – que eu não quis ouvir.

Eu estava sem tempo para a família, para os amigos, para a vida social. Era trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho. E se sobrasse tempo, mais trabalho. Vivia no automático, como um robô, sem querer deixar a bateria falhar. Até que acabou.

Se você também sente que está vivendo no automático, sem tempo para nada além das obrigações, escute o seu corpo. Ele fala. E quando a gente não escuta, ele grita. E aí já pode ser tarde!

Fotos: Destino Mundo Afora

Aviao
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  • Tatiana Dornelles é jornalista, professora de Arte e Língua Portuguesa, escritora e fotógrafa. Mestre em Artes Visuais, especialista em História da Arte e em Jornalismo para Editores. Criou e mantém o blog Destino Mundo Afora desde 2011, bem como o canal no Youtube.
OBS: Proibida a reprodução ou utilização das imagens deste post sem a permissão da autora.

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