Como é andar de trem pela França?
Postado por: Amanda MengerUma das melhores formas de conhecer o interior da França é de trem. Há diversas opções tanto em trens regionais como os TERs e os de alta velocidade, que cruzam o país, como os TGVs. Dentro da própria Île-de-France, a região de Paris, os trens são muito úteis e possibilitam transitar entre as cidades próximas e mesmo dentro da cidade de Paris, como é o caso dos RER.
Na primeira viagem à Europa, fomos de trem de Londres a Paris, usando o TGV Eurostar (confira aqui como foi esta viagem). Naquela mesma viagem usamos o RER para ir a Versalhes, há uma linha que pode ser pega em Paris e vai até a estação pertinho do palácio.
Na segunda viagem usamos e muito o trem. Fomos de Paris para Montpellier de trem, cerca de 3h30 de TGV, saindo da estação dentro do Aeroporto Charles de Gaulle. A estação fica no subsolo e há placas indicando as direções. Eu comprei os bilhetes pela internet, então na estação você retira eles e passa pelo composteur, uma maquininha onde carimba o bilhete. Isso é fundamental porque as viagens têm fiscais e ele passa conferindo se você tem o bilhete e se ele foi carimbado.
Depois de carimbar você precisa ficar atento aos indicativos das placas de horários. Eles mostram em qual plataforma o trem deve parar (nem sempre é a mesma), além disso, você dever estar atento ao vagão no qual está o seu bilhete. Você deve ficar ligado que os painéis indicam sempre a cidade final da sua linha de trem, por isso, observe o número do trem para que você não se perca.
Os vagões tem a indicação do número 1 ou 2, isso não é o número do vagão, mas o tipo de classe. E em todas as viagens fomos de 2 classe, o preço é menor e praticamente não há diferenças entre os serviços oferecidos. Os números dos vagões são indicados na verdade por letras, em geral, nas plataformas há indicações e aí fica mais fácil observar onde o vagão vai ficar quando o trem parar. É bom você não deixar para ir para a plataforma na última hora, pois pode ser que precise andar bastante se o trem for longo e seu vagão estiver no final.
A primeira vez, nesta que fomos de Paris para Montpellier, estávamos só eu e a minha mãe e não falamos francês, eu falo espanhol e inglês, mas confesso que neste dia estava mega nervosa por conta de vários probleminhas que tivemos. O voo de São Paulo para Amsterdã atrasou e devido às obras dentro do aeroporto pegamos a escala para Paris muito em cima da hora. Aí…quando chegamos ao Charles de Gaulle, minha mala não estava lá. Usei meu estoque de inglês para fazer a solicitação para ao acharem minha mala despacharem para Montpellier (no fim deu tudo certo, mas fiquei com medo porque era sexta-feira, a mala chegou em Montepellier na segunda à tarde e na terça pela manhã voltaríamos a Paris).
As malas tem uma área específica do vagão para serem colocadas e é um pouco assustador imaginar que ela está lá ao alcance de qualquer pessoa. Mas em todas as viagens que fizemos com elas, foi super tranquilo. Por isso, o recomendável é usar sempre cadeados, é uma precaução.
Usamos o trem para ir também de Montpellier para Carcassone e também de Montpellier para Nimes. Já de Montpellier para Palavas-Flotes usamos outro tipo de transporte, o tram, que é um pouquinho diferente.
A viagem de Montpellier para Carcassone é interessante porque ela tem uma escala em Narbone. Assim, pegamos o trem em Montpellier Saint-Roch, descemos em Narbone, tomamos café (foi bem interessante porque o pessoal da cafeteria estava ouvindo música e era Chico Buarque, quando nos ouviram cantando, minha mãe e eu, logo perguntaram se éramos brasileiros e que eles amavam Chico). De Narbone fomos para Carcassone e na volta a mesma coisa.
Compra dos bilhetes – Você pode comprar na estação, mas se quiser poupar é bom comprar com antecedência. Isso pode ser feito no site da SNCF que é a empresa francesa de trens. Você cria um cadastro e pode fazer as compras e pagar no cartão de crédito desde que ele seja internacional. Nas estações, você vai procurar por umas máquinas que parecem caixas eletrônicos, lá poderá acessar sua conta da SNCF e imprimir os bilhetes.
Você pode fazer isso pelo site da própria SNCF ou da Rail Europe (que tem versão em português), porém, o segundo site cobra uma taxa e o preço final é um pouquinho maior. Em geral os bilhetes ficam disponíveis com seis meses de antecedência e é oferecido preços diferenciados conforme a idade dos viajantes, assim jovens e idosos tem descontos.
Volta a Paris – Ao voltar do interior para Paris fique atento a estação onde você irá desembarcar na capital. Isso porque as estações mudam de acordo com a região de onde você está vindo ou ainda caso seu destino final seja os aeroportos há estações tanto no Charles de Gaulle quanto em Orly, porém, nem sempre eles são o destino final dependendo de onde você sai, às vezes será necessário pegar outro trem ou metrô para ir para o aeroporto. Esse cuidado é importante principalmente se estiver carregando malas grandes. Para ir para Montpellier foi mais tranquilo do que a volta, porque retornamos pela Gare de Lyon e nos deslocamos para a região da Ópera Garnier e tivemos que mudar de linha na estação do Louvre e o metrô de Paris não é a melhor referência de acessibilidade, são muitas escadas e quase nenhuma rolante ou elevadores.
Serviço:
► Site da SNCF
► Site da Rail Europe
Fotos: Destino Mundo Afora