Praça da Bastilha, em Paris
Postado por: Amanda MengerHoje dia 14 de julho é feriado na França. Esta data é a comemoração da Queda da Bastilha o que marca o início da Revolução Francesa (observação de professora de História: alguns autores consideram que a RF começou antes, na convocação da Assembleia dos Estados Gerais, em maio de 1789).
Em 14 de julho de 1789, a população de Paris tomou a prisão de Bastilha, onde acreditavam que estavam guardadas as armas do exército do rei. O local foi destruído e incendiado meses depois. A queda da Bastilha foi comemorada no ano seguinte, em 1890 e a partir de então se tornou a data comemorativa nacional (como é o 4 de julho para os americanos e o 7 de setembro para os brasileiros).
Inicialmente, a Bastilha foi concebido para ser um portal de entrada do bairro Saint Antoine, no século 13, a partir do século 14 foi ampliada e virou uma fortalece usada para proteger Paris durante a Guerra dos 100 anos, disputada contra a Inglaterra. Pouco tempo depois se transformou em uma prisão, sendo utilizada para este fim até o século 18.
A ideia de botar a Bastilha abaixo veio de um boato estimulado por um jornalista Camille Desmoulins. Em frente ao Palais Royal ele começou a dizer que as tropas do rei Luís XVI estava prestes a invadir Paris e repreender a população que vinha realizando protestos pela situação caótica e pela pobreza e fome que vinham passando. Lembrando que a convocação dos Estados Gerais (representando o Clero – 1º Estado, Nobreza – 2º Estado e o restante da população – 3º Estado) ocorrida em maio de 1789 era para discutir a inclusão da nobreza na parcela que pagava impostos. Desde a formação do estado nacional francês, séculos antes, a nobreza não pagava impostos e ainda recebia pensões do Estado. A nobreza vetou o projeto do rei Luís XVI e ainda propôs que o 3º Estado pagasse mais impostos. Logo em seguida, os burgueses, sans-culotes e o baixo clero se reuniram e propuseram uma Constituição que limitasse os poderes do rei. Nada disso foi suficiente para conter a pressão por mudanças.
Com os boatos de repressão ao povo, inicialmente, a população se dirigiu aos Invalidès, o hospital militar e que tinha um arsenal de guerra. Ali, apossaram-se dos materiais encontrados. No entanto, espalhou-se que a pólvora estava na Bastilha e a multidão enfurecida seguiu para lá. O governador da Bastilha, Marquês de Launay tentou, em vão, negociar, mas o diálogo não deu certo e acabou sendo decapitado. Estima-se que outras 98 pessoas teriam morrido no assalto à Bastilha.
A Queda da Bastilha levou a outros eventos, incluindo, meses depois, o cerco a Versalhes, com a prisão de Luís XVI e de Maria Antonieta e a fuga dos dois e a nova prisão.
Hoje, o terreno onde estava a Bastilha é uma praça, que leva o seu nome. No local há um obelisco e as inscrições dele são referências às revoluções burguesas do século 19, que, de certa forma, foram consequência da Revolução Francesa.
O local é tão significativo para os franceses que virou ponto de encontro para protestos dos mais variados tipos, especialmente os convocados pela esquerda. Aliás, a ideia de esquerda e direita também são tributadas à Revolução Francesa. Ali nas proximidades também está a Opéra Bastille, um prédio moderno onde ocorrem apresentações culturais, como uma forma de ampliar as atividades que já eram oferecidas pela Ópera Garnier.
Serviço:
►Metrô: Bastilhe
►Site: Opéra Bastille
Fotos: Destino Mundo Afora